quarta-feira, 6 de junho de 2012

Diário de Bordo I – “Sonho meu, sonho meu, vai buscar quem mora longe, sonho meu”

Ladeira acima, vira à esquerda, desce o escadão, vira na viela, outra ladeira a cima, ladeira a baixo, pede informação, olha no mapa, se perde, vira à direita, vira à direita de novo, vira outra vez a direita e cai na mesma rua de antes, volta uma quadra e sobe de novo... Ufa! Cansei só de escrever e lembrar, imagina andar isso tudo!

Pois é, o trabalho de campo não é fácil, as ruas do bairro são diferentes, e muitas vezes o espaço na calçada não é o suficiente para caminhar, a distância não ajuda e nem sempre as numerações das casas estão corretas. Mesmo assim, o trabalho de visita domiciliar é gratificante.

Durante as primeiras visitas realizadas pelo SASF Pirituba, pude perceber que o maior valor desse trabalho não está em vencer os obstáculos urbanos para chegar às residências, mas sim ter contato com as mais diferentes pessoas, dos mais diferentes núcleos e histórias. Gente branca, negra, parda, mameluco, deficientes físicos, crianças, adolescentes, adultos, idosos, loiras, morenos. Católicos, evangélicos, umbandistas, espiritas, judeus, ateus. As vivências são as mais ricas, ter a licença para adentrar nas casas, nas histórias, e perceber que está se tornando útil para outrém é marcante.

Sinto que a cada visita um pedaço meu fica no núcleo familiar, e que as histórias deles seguem comigo, ajudando a moldar a minha própria história.

Vivência observada por:
Luciano de Souza
Orientador socioeducativo

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